Um adequado nível de oxigenação do sangue é vital para o bom funcionamento do organismo e prevenção de doenças. Mas, para que isso aconteça, é preciso que haja uma boa circulação sanguínea, de modo a garantir o nível necessário de saturação de oxigênio.
O nível de saturação se refere à quantidade de oxigênio transportada para todas as partes do corpo. Em condições normais de saúde, ele se mantém estável, porém, algumas doenças, como a Covid-19, podem causar uma queda perigosa na saturação do oxigênio no sangue, exigindo cuidados especiais para evitar agravamentos e intubações. Conforme as informações do Ministério da Saúde, o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus durante a pandemia já soma 35.901.978.
Neste artigo, vamos explicar o que é a oxigenação do sangue, como pode ser medida e o que os seus diferentes níveis indicam sobre o estado de saúde. Além disso, mostraremos o que pode acontecer quando a saturação cai e a relação dessa ocorrência com a Covid-19. Boa leitura!
O que é oxigenação do sangue?
A oxigenação do sangue ou nível de saturação de oxigênio é o nome dado à quantidade de oxigênio transportada para os órgãos do corpo. É uma medida da porcentagem da hemoglobina do oxigênio-limite (oxyhemoglobin) no sangue, representada como saturação arterial do oxigênio (SaO2) e saturação venosa de oxigênio (SvO2).
Trata-se de um parâmetro vital para identificar o conteúdo de oxigênio no sangue e a sua entrega. Nesse sentido, é essencial para o gerenciamento de pacientes em uma determinada condição clínica.
Como é realizada a medição da saturação do sangue?
O método mais utilizado para medir a saturação de oxigênio é a oximetria de pulso. É uma metodologia fácil, indolor e não invasiva, que usa um pequeno aparelho (oxímetro). Ele funciona como um pegador de roupas que fica preso na extremidade de um dos dedos ou no lóbulo da orelha do paciente para medir a saturação de oxigênio de maneira indireta.
Dois LED’s (semicondutores de luz) localizados em um lado do pegador emitem luzes — uma vermelha e outra infravermelha que incidem sobre o dedo. Essas, são captadas por um sensor (fotodiodo) localizado no outro lado. Dessa forma, se obtém uma medida da coloração do sangue.
O sangue quando bem oxigenado é vermelho brilhante. Já o que se encontra com baixo teor de oxigênio, como o venoso, apresenta uma cor mais azulada. Assim, a porcentagem de oxigênio no sangue (saturação de oxigênio é obtida pela cor do sangue, que, por sua vez, é determinada pela quantidade de luz absorvida e representada em porcentagem).
Utilização dos oxímetros
Os oxímetros de pulso são considerados eficientes e confiáveis. Mas para determinar corretamente a saturação de oxigênio é preciso que o dedo não esteja frio, e que o paciente fique na posição sentada ou em pé, não devendo ficar deitado. Também é necessário aguardar pelo menos um minuto para a estabilização da leitura.
As pessoas que apresentam extremidades frias e com má oxigenação periférica, como nos casos de hipotensão e insuficiência cardíaca, a leitura pode subestimar a saturação de oxigênio. O mesmo acontece nos casos de anemia, hemoglobinopatias (como a anemia falciforme), e em uso de unhas postiças/esmaltadas, ou que tenham tatuagens nos dedos. Já em pessoas de pele escura esses aparelhos podem superestimar a saturação de oxigênio.
Teste de gás no sangue
Outro método de medição é o teste de gás no sangue, que mede com precisão o nível de oxigênio e o dióxido de carbono no sangue. Para realizá-lo, o sangue pode ser coletado do lóbulo da orelha (gasometria capilar) ou do pulso (gasometria arterial). Ele é utilizado principalmente para determinar se os pulmões estão funcionando corretamente para trocar oxigênio e dióxido de carbono de maneira eficaz.
Esse teste exige apenas uma pequena quantidade de sangue, que, posteriormente, é analisada em um analisador portátil de gases no sangue. A partir desse exame é possível obter informações sobre os níveis de oxigênio, dióxido de carbono e pH no sangue. Nesse sentido, um paciente com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) poderá apresentar níveis reduzidos de oxigênio e pH e aumento dos níveis de dióxido de carbono no sangue.
O que pode acontecer quando a saturação de oxigenação cai?
Normalmente, um nível de saturação de oxigênio inferior a 90% é considerado como um quadro de hipoxemia, que pode ser provocado por complicações cardiopulmonares, exposição a grandes altitudes, determinados medicamentos e apneia do sono.
Os sintomas mais comuns de hipoxemia incluem:
- batimentos cardíacos acelerados;
- chiado;
- coloração azulada da pele e membranas mucosas (cianose);
- confusão mental;
- dor de cabeça;
- falta de ar;
- tosse.
Aqui, é importante observar que a cianose é uma condição patológica, cuja principal característica é a saturação de oxigênio extremamente baixa. Essa condição pode ser identificada por dois tipos de cianose: a central e a periférica.
No primeiro caso, o nível de saturação de oxigênio cai abaixo de 85%, o que leva ao aparecimento de uma tonalidade azulada em toda a pele e mucosa. Já na cianose periférica, que normalmente ocorre devido ao aumento da captação de oxigênio pelos tecidos periféricos, há o surgimento de uma tonalidade azulada apenas nos pontos periféricos do corpo, como mãos e pés.
As causas mais comuns da condição periférica incluem estase venosa (estagnação do sangue dentro da veia), baixo débito cardíaco (redução na quantidade de sangue bombeado ao coração) ou exposição ao frio extremo.
Quais são os níveis de oxigenação e o que indicam sobre a saúde do paciente?
Para uma pessoa ser considerada saudável, com oxigenação adequada do corpo, deve apresentar uma saturação de oxigênio acima de 95%. Contudo, é comum em casos de gripes ou resfriados, que a saturação fique entre os 93% e 95%, sem ser preocupante.
Já quando esses valores são inferiores a 90%, pode significar uma redução da oferta de oxigênio pela presença de alguma doença mais grave como:
- Asma;
- Pneumonia;
- Enfisema;
- insuficiência cardíaca;
- doenças neurológicas;
- complicações da Covid-19.
Qual a relação da Covid-19 com a saturação baixa de oxigênio?
A Covid-19 provoca uma redução do nível de oxigenação no sangue em condições perigosas. Trata-se de uma condição conhecida como “hipóxia silenciosa”, ou seja, a pessoa não percebe a baixa no nível de oxigênio, o que pode levar a óbito devido à demora no reconhecimento da gravidade de alguns casos.
Nesse sentido, os oxímetros podem ajudar a identificar em tempo para evitar agravamentos. Níveis abaixo de 94% já sinalizam alerta, indicando que o paciente deve procurar ajuda médica.
A primeira resposta do organismo a uma queda de saturação é o aumento da frequência respiratória. Se mesmo com esse reflexo não ocorrer melhora da oxigenação, as inspirações tendem a ficar mais profundas com a utilização de outros músculos do tórax, provocando um desconforto respiratório.
Dependendo do estado de saúde geral da pessoa, esse quadro pode evoluir para uma fadiga respiratória, que ocorre quando o paciente não tem mais força para inspirar e manter uma oxigenação do sangue satisfatória. A maioria das intubações realizadas em casos de Covid se devem a essa fadiga respiratória.
Nesse sentido, é fundamental ficarmos atentos aos níveis de oxigenação do sangue e, em casos de suspeita de Covid-19, buscar ajuda médica o quanto antes para evitar agravamentos. Também é importante a consulta médica para afastar a hipótese de haver outros problemas de saúde que podem apresentar sintomas semelhantes, como ocorre na hipertensão arterial.
Essas informações foram úteis? Para saber mais sobre outros cuidados com a saúde, sugerimos a leitura de outro artigo do blog que explica sobre os perigos da pressão alta!