Algumas crianças a partir dos 5 anos podem apresentar dificuldades para interagir verbalmente, visualmente ou emocionalmente. Elas fazem parte do grupo de pessoas que apresentam Transtornos Globais do Desenvolvimento, que engloba o autismo, a Síndrome de Rett, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Asperger.
A interação social é um aspecto importante da vida do ser humano. Desenvolver logo nos primeiros anos de vida por meio da interação e do estabelecimento de relacionamentos, a criança aprende, desenvolve habilidades e tem um crescimento saudável. Neste post, vamos explicar o que é e quais são os principais pontos da Síndrome de Asperger. Vamos lá?
O que é a Síndrome de Asperger?
A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico que faz parte do grupo de Trastorno Globais de Desenvolvimento. Esse é um problema mais comum do que se imagina: a estimativa de crianças com autismo é de 1 a cada 59. Mas qual a relação do autismo e a Síndrome de Asperger?
Durante muitos anos, essa síndrome foi considerada algo distinto do autismo, embora fosse uma condição muito parecida. Em 2013, foi lançada uma nova versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que incorporou o autismo e a Síndrome de Asperger a um novo termo, chamado Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Isso quer dizer que a Síndrome de Asperger passou a ser considerada como uma forma mais branda de autismo e não uma condição diferente.
Como é a vida de quem convive com a Síndrome de Asperger?
Uma das maiores dificuldades das pessoas que convivem com essa Síndrome é o relacionamento com outras pessoas. Frequentar a escola, eventos de família e o trabalho são tarefas desafiadoras.
Diferente do que muita gente acredita, quem apresenta essa forma de autismo não demonstra sinais de incapacidade na maior parte das vezes. Elas aprendem a falar no tempo certo, assim como ler, escrever e pensar.
No entanto, têm dificuldade em diferenciar diferentes tons de voz, expressões faciais, falas sarcásticas ou irônicas e gestos corporais. Dessa forma, as pessoas com a Síndrome de Asperger entendem as coisas de forma literal.
É importante destacar que os sinais variam de pessoa para pessoa e podem apresentar diferentes níveis. Por isso, outras características podem surgir, como mostraremos a seguir.
Comportamentos repetitivos e excêntricos
Pessoas quem têm Asperger podem desenvolver comportamentos diferentes das outras pessoas. Esse comportamento tende a ser repetitivo e muitas vezes excêntrico, como esfregar as mãos ou torcer os dedos.
Esses movimentos tendem a acontecer em momentos aleatórios e sem justificativa. Eles podem querer expressar felicidade, empolgação ou até mesmo estresse e nervosismo.
Estabelecimentos de rotinas e rituais
É comum que os portadores da Síndrome de Asperger estabeleçam comportamentos rotineiros que transformam-se em verdadeiros rituais. Isso acontece porque, dessa forma, fica mais fácil manter o controle.
Rotinas desorganizadas e diferentes tornam-se uma grande dificuldade para essa pessoa, já que é difícil manter a concentração naquilo que é desconhecido.
Pouca compreensão das regras
Outra característica comum dessa condição é a dificuldade real de compreensão das regras. Aceitar um senso comum é um desafio nesses casos. Por isso, os portadores da Síndrome de Asperger não sabem esperar sua vez em uma fila ou identificar qual é o melhor momento para entrar em uma conversa.
Dessa forma, é comum que as crianças pertencentes a esse grupo sejam tidas como desobedientes e indisciplinadas.
Desenvolvimento de habilidades excepcionais
É comum que as pessoas com a Síndrome de Asperger sejam extremamente inteligentes e desenvolvam habilidades excepcionais em determinadas áreas. Essas pessoas — principalmente as crianças — costumam focar em assuntos específicos e conseguem manter um foco impressionante.
Quais são as causas e como é feito o disgnóstico?
A Síndrome de Asperger, assim como o autismo, não tem uma causa totalmente conhecida. Existem inúmeros estudos direcionados ao assunto e diferentes teses. Acredita-se que o problema possa estar relacionado a predisposições genéticas.
Outros estudos apontam que infecções durante a gravidez e as condições ambientais onde a mãe se encontra também podem contribuir para o desenvolvimento da Síndrome de Asperger no bebê.
Para identificar a condição, não existem exames laboratoriais ou de imagem. É preciso observar o histórico familiar do paciente, assim como o relato de seu comportamento no dia a dia. Quando essa identificação é feita na infância, o tratamento torna-se mais eficaz.
No entanto, pode demorar até que a família note algo diferente com a criança e procure ajuda de um psiquiatra. Nesse caso, é importante observar sinais que aparecem na primeira infância, como:
- dificuldade de manter contato visual (inclusive em bebês);
- dificuldade para aceitar mudanças de rotina;
- falta de resposta quando a criança é chamada, como em um problema de surdez;
- pouca comunicação verbal, como se houvesse falta de interesse;
- movimentos repetitivos nas mão, tronco e cabeça;
- inquietação, ansiedade, pouca concentração e agressividade.
Quais são os fatores de risco e como é o tratamento?
Ao longo do tempo, foi possível observar que o autismo e a Síndrome de Asperger são mais comuns em pessoas do sexo masculino. Conforme destacamos anteriormente, a predisposição genética e a exposição a ambientes nocivos na gravidez — como poluição e tabaco — podem contribuir para que pessoas com pré-disposição desenvolvam o problema.
Existem outros fatores que podem contribuir para aumentar o risco, mas não podem ser encarados como pontos determinantes. São eles:
- a idade avançada dos pais;
- complicações no parto;
- gravidez pouco espaçada (com menos de 1 ano de intervalo).
A Síndrome de Asperger é um problema neurológico que não tem cura, mas é possível contar com ações multidisciplinares para melhorar o desenvolvimento social. É possível envolver fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e pedagogos, que irão incentivar o desenvolvimento de habilidades.
Também é possível que o médico prescreva medicações específicas para tratar problemas correlacionados, como depressão ou ansiedade.
Por fim, caso a família suspeite que um membro possa ter a Síndrome de Asperger, é essencial procurar por ajuda especializada o quanto antes. Para isso, é importante contar com uma equipe multidisciplinar, para facilitar a detecção e o diagnóstico dessa condição.
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